segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

CAIM E ABEL, O DOIS SACRIFICIOS NOS QUAIS SE RESUMEM TODAS AS RELIGIOES DA TERRA, E A VERDADE. p vc morrr camila



GENESIS 4: 1 AO 7
E CONHECEU Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem.

1
2 E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
3 E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
4 E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta.
5 Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante.
6 E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?
7 Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.
HEBREUS 11: 4
Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, tendo aprovação de Deus quanto às suas ofertas, e por ela, mesmo depois de morto, ainda fala.
Essa historia de Caim e Abel é uma história muito esquisita, porque o livro de Gênesis arbitra uma definição absolutamente divina, que excluí qualquer outra criatura humana das razões em funções das quais uma oferta foi tão aprazível, e a outra tão menos aceitável e quase desagradável. Não há uma filosofia, não há uma teologia para explicar, não se diz nada, como de resto acontece na bíblia. A bíblia não é um livro de explicaçõezinhas metafísicas, deixa isso pra Platão, Sócrates... quem quiser. Ela trata do que é, e o Deus que é fala das coisas que é com a pertinência com a qual só pode falar quem criou. Quem não criou é que tem que sambar e rebolar filosoficamente, tentando encontrar nos seus argumentos maneiras de argumentar, no seu conhecimento ou fruto de suas pesquisas sobre dentro do conhecimento alheio, justificativas para afirmar suas teses.
Quem criou diz o que é, e quem for sábio aceita, por que de fato Ele não dá muita explicação. Jesus disse em João capítulo 7 que quem quiser saber se a palavra que está sendo dita é a Verdade, a pratique. Porque a verdade sendo praticada se materializa como bem. E o que não é verdade sendo praticada não realiza nada, só a fanfarrice filosófica, teológica, moral, ética ou de qualquer que seja o nível, mas não realiza o bem do ser. A prova da verdade é que ela faz acontecer o que ela promete, e é por isso que você sabe que ela é verdade. Jesus disse, aquele que quer saber a verdade acerca da doutrina, faça a vontade do meu pai e saberá. Não chamou ninguém para uma especulação ou nenhum curso. Nem pra um teste de lógica, nem pra ver se partindo de uma premissa “X” antiga, metafisicamente quase irreferível pra traz, se se partindo daquela premissa se pode erguer um raciocínio que alcance quase o ponto ômega da compreensão e aí a gente diz: “bom, a minha começou antes da tua, terminou depois da tua, logo a minha tem mais cacife da tua porque a minha começa antes da tua ser concebida e vai pra além das concepções da tua” e é assim que a filosofia trabalha, mas Deus não tem nada a ver com isso. A cerca diz a bíblia: ri-se deles o Senhor. E diz que a sabedoria dos sábios estultícia pra Deus e loucura pra Deus que pra eles é loucura é a sabedoria eterna.
E então vem Jesus trazendo pra longe as questões e explicações e filosofias, chamando para a coragem de pular, de saltar. Quer saber se é a verdade, poe o pé e vai ! Porque se for verdade ela vai realizar o prometido, porque se não realizar o prometido é mentira. A verdade simplesmente não tem essas categorias do quase. Ou ela é ou ela não é. Então a gente volta pra Caim e pra Abel e reafirma o fato de que não há grandes explicações. Simplesmente diz que depois de um certo tempo Caim trouxe da terra, do seu trabalho, do seu suor, do seu esforço, da sua ralação, do seu arado, da sua cultura, da sua produção, da sua tecnologia, da sua capacidade de mexer e intervir nos processos de causa e efeito da natureza produzindo um campo seu, uma cultura própria, e dessa cultura própria fruto de um suor pessoal produto de uma concepção mental, filho de um desejo, e ele trouxe uma oferta, uma oferta que pra ele era o melhor que tinha, o melhor que seu suor produzira, o melhor que sua inteligência concebera, que sua cultura, e eu falo cultura na perspectiva daquilo que é a conexão entre os diversos elementos que formam os conceitos que acompanham a existência de um ser humano, e incluindo o trabalho, a profissão, a tecnologia, a arte, as percepções espirituais. Disso aí especificamente aplicado a questão da terra, dessa cultura ele traz o seu produto, o resultado do seu esforço. E lá se diz: Abel porém trouxe das primícias do seu rebanho e ofertou ao Senhor. Ora, agradou-se o Senhor da oferta de Abel, da oferta de Caim todavia não se agradou o Senhor. E não se diz e não se explica o porque. É a maior prova que a bíblia não foi escrita por teólogos porque se não só esse versículo ia uma biblioteca, mas ela chega e simplesmente afirma isso, e você que durma com esse barulho !
Por isso eu fiz questão de ler o texto de Hebreus 11:4, porque é lá que se faz a interpretação que se afirma a razão do que a oferta de Abel foi sobremodo mais excelente do que a oferta de Caim porque começa dizendo: Pela fé Abel ofertou muito mais excelente sacrifício ao Senhor pelo que recebeu o testemunho de ser justo. Ou seja, em Hebreus o ato de ofertar as primícias de um rebanho de uma atividade trabalhosa porque ninguém cuida impunemente de rebanhos, mas que é uma atividade que vigia, que olha, que guia, que aponta água fresca, que a afasta e tange para pastos verdes, que protege de inimigos. A ação desse indivíduo é simplesmente fazer com que a perversidade da existência ou a ignorância da institucionalidade do animal não trabalhe contra ele mesmo, portanto é apenas aquela intervenção de quem diz: ta aqui o pasto, ta aqui a água, basta que ele esteja atento. O mais é deixar a vida seguir o seu curso. É deixar o macho cruzar com a fêmea, é cuidar pra que a ovelha pequena não seja arrebatada por um lobo ou por um adversário, o mais é nutrir com todo o carinho, com todo o amor, com toda presença, com toda vigilância, é assistir um crescimento com pro qual ele naqueles dias não tinha nenhuma capacidade de gerência. A gente pensando nas categorias modernas, você já altera o embrião, a você já meche no código deles, você tem infinitos recursos que naquele tempo não existiam, as pessoas simplesmente aceitavam o parir dos bichos como um ato divino. Muita cria muita benção, pouca cria pouca benção, não tinha muito que fazer. Quando chovia muito Deus estava feliz, quando não chovia Deus estava triste. Hoje você consulta o serviço de meteorologia e eles te explicam um fenômeno acontecido no pacífico de tal modo que ninguém fica achando que Deus está com raiva da gente.
Mas ali na primitividade da existência são dois indivíduos trazendo sacrifícios. O primeiro sacrifício é produto de muita ralação, muita mão no chão calejada, muito trabalho, muito suor, muita intervenção no processo de causa e efeito, muita idéia, muita imaginação, muita vontade de realmente fazer, muito esforço aplicado e muita confiança. Porque você planta uma semente e ela produz alguma coisa e essa coisa fica generosamente grande e se transforma em uma linha industrial vegetal de flores e frutos, há uma segurança enorme em quem fez isso ! E ele apanha justamente desta produção e traz pra Deus e outro, o seu irmão pega as primícias do seu rebanho, as ovelhas mais preciosas e as traz, e as sacrifica num altar derramando sangue, confessando a sua impotência.
O primeiro, confessa a sua potência, o segundo confessa a sua impotência. O primeiro afirma o seu trabalho, o segundo, afirma o significado da vida. O primeiro vem e oferece à Deus a produção da sua cultura, o outro oferece à Deus a própria criação, pingantemente derramada em sangue, que carregava a simbolização da vida. O primeiro, quando a oferta o que tais como produto da terra traz consigo a confiança daqueles que confiam na baliza da estética, do arranjo, do altar multicolorido, do inibriamento sensorial, da percepção olfativa dos cheiros. É impossível você tirar frutos da terra e colocar em cima de um altar e não transformar isso não transformar isso num espetáculo lindo. Não precisa nem ter bom gosto, basta apenas pegar tudo isso e colocar tudo em cima de uma pedra e você vai ver a beleza, carrega estética.
Contra a maravilha desta estética vem a manifestação cruenta, sangrenta, feia, de um animal com a cabeça cortada e sangue esguixante. Só que a primeira oferta é a oferta do esforço, é a oferta do trabalho, é a oferta da auto-confiança. É a oferta da certeza de que a beleza estética seduz até os olhos divinos, é a certeza de que Deus era como Adão e Eva que não podiam ver um uma fruta bonitinha e que ficaria seduzido. Parte daquela mesma premissa: o que seduziu papai e mamãe vai seduzir Deus também. Então vamos pegar desse fruto e colocar aqui neste altar, e ele vem com toda essa impressão estética e exterior dessa beleza toda. E o outro já tinha passado desta fase estética, já tinha passado de qualquer outra fase, já tinha nascido mergulhado no silêncio e só derrama sangue. Só faz a afirmação implícita de que alguém precisa substituir, pagar, se antecipar, se vicarizar e ser imantado pelo pecado que é meu, do contrário eu não tenho como me autojustificar e nem agradar à Deus.
Portanto a primeira oferta implica em obra e em trabalho, e a segunda oferta implica em fé em em descanço e em confiança.
Parece uma tolice mas eu estou dizendo a você quais são os fundamentos de TODAS as espiritualidades que existem no planeta terra. Você tem as espiritualidades da terra e você tem as espiritualidades marcadas e definidas pela fé. As da terra são todas essas que de maneira tão metafórica que em Caim aparece como produto do chão da terra. A outra é um derrame de vida. No entanto, toda a espiritualidade da terra tem uma orientação ou outra querendo eu ser mais radical ainda dizendo o seguinte: FORA DA PALAVRA DA GRAÇA DE DEUS NO EVANGELHO CONFORME O EVANGELHO E SEGUNDO JESUS, E SÓ CONFORME JESUS, E SÓ SEGUNDO JESUS, FORA ISSO TUDO É RELIGIÃO DA TERRA, TUDO! INCLUSIVE O CRISTIANISMO. FORA A CERTEZA DE QUE O CORDEIRO DE DEUS FOI IMOLADO ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO, E QUE PORTANDO O CORDEIRINHO IMOLADO POR ABEL ERA APENAS A CONTINUAÇÃO QUE SE MATERIALIZAVA HISTÓRICA E SIMBOLICAMENTE DE UM ESPIRITO QUE PRESCINDIA A PRÓPRIA CRIAÇÃO DO CÓSMOS.
Mesmo antes que houvesse luz Deus disse: Haja cruz! Porque o cordeiro foi imolado antes da fundação do mundo (Apocalipse 13:8). Antes da fundação do átomo, do próton, do nêutron, do buraco negro ou de qualquer outro qualquer ambiente ou dimensão. Antes, Abel no ambiente e no espaço Abel está engravidado por este espírito, apenas captou como iluminação espiritual este sentido eterno e ofereceu um sacrifício que carregava já consigo a semente do cordeiro eterno e que haveria de se materializar historicamente na cruz e pra todo sempre.
Fora, a palavra do evangelho diz que eu sou justificado pela fé e pela fé somente, que eu sou justificado pela graça e pela graça somente mediante à graça somente mediante a fé, e que isso não vem de nós, é dom de Deus. Não vem das nossas boas obras para que nenhum de nós se glorie. Somente no evangelho onde está tudo pago, somente em Cristo onde está tudo consumado. Somente no evangelho aonde pela fé eu posso ter descanso, e pela fé mesmo não sendo justo porque conheço a minha relatividade sou justificado e mais do que justificado, sou feito absolutamente justo pela justiça que me é imputada, e não somente eu mais a todo outro homem a quem Deus não atribua transgressão.
Ai, fora desta consciência que a gente pensa naturalmente uma consciência cristã mas não é. E em volta disso existe muita coisa e inclusive o cristianismo inteiro, mas este filete de luz, este discernimento, essa linha escarlate, eterna, não é vista, não é percebida nem ao menos por aqueles que confessam o nome de Jesus todos os dias mas espiritualmente praticam a oferta de Caim, e não a de Abel. Cantam pra Jesus, louvam pra Jesus, exaltam pra Jesus, mas a oferta é de Caim, e não de Abel. Porque a oferta de Caim é a oferta do suor, da ralação, do eu faço por mim. “Aleluia Senhor porque eu não sou como estes homens pecadores, iníquos, nem muito menos eu sou como este puclicano. Glória a mim, louvado seja eu no teu nome Senhor !” É a oferta de Caim.
Oferta de Caim era daquele que quando chega em casa e vê a festa acontecendo e o pessoal num forró bem juntinho, entra em pânico e chama o empregado e pergunta: O que é que está acontecendo ai ? E ela diz: É que o teu irmão chegou e o teu pai ficou alegre e mandou matar um novilho cevado e mandou fazer uma festa pra ele. E Caim não quer entrar na casa, o nome do irmão mais velho é Caim. O Caim não quer entrar na casa de jeito nenhum. Ele pensa: “Eu fiquei, eu ralei, eu banquei, eu cumpri ! E eu nunca comi um cabritinho (os cains tem problema com cabrito mesmo né? haha), eu nunca peguei um cabritinho pra me alegrar com os meus amigos, e você pega um cabrito pra este meu irmão que gastou teus bens com prostitutas e pecadores um novilho cevado ? E ele não queria entrar.
A oferta de caim é a oferta da lei. Onde o homem se justifica com conta própria. Aquele que cumprir tudo o que está escrito no livro da lei pela sua obediência absoluta viverá. E Jesus disse: eis ai a vossa lei não a cumpris, nenhum de vós a cumpre. E o veredicto de Paulo chega a ser sarcástico: Porque todos pecaram e todos carecem da glória de Deus.
Mas o sacrifício de Caim diz: olha, hoje é dia de sábado, não é licito pode curar em dia de sábado. Tem outros dias para curar. No sacrifício de Abel a gente viola o sábado pra tirar o ser humano de qualquer buraco. No sacrifício de Caim, o que regula como dimensão e como paradigma e como referência. São aquelas coisas que a gente faz como justiça própria, é a nossa própria justiça, como as nossas correntes de oração para alcançar algo pessoal que desejamos, o nosso sacrifício muitas vezes de estar presentes nas reuniões, nos eventos da nossa denominação, de participar não somente mas ajudar a organizar e ralar para fazer com que as atividades do templo se realizem, a produção da nossa pseudo-santidade, é a nossa cara de pau de chegar diante de um Deus que tudo vê, e que pra quem eu sou um absoluto, total, contínuo e contínuo e crônico flagrante, se fazer de conta que ele só vê quando eu chego “Senhor, estou aqui, olhe agora neste momento para mim ...” e que ele só ouve quando eu digo: “pode ouvir ! Ouça agora a minha voz !” Que ele só se manifesta quando eu digo: “chegou a hora ! neste dia tal, hora tal, sob o endereço tal Deus vai operar milagre. Tem ainda o dia da cura, o dia da prosperidade, o dia que Deus vai manifestar o seu poder. E apresenta-se um Deus que se permite agendar, e que supostamente estará obrigado a naquele dia e hora determinada operar milagres. E pra cujo um Deus que é pagão, que parece mais com dagon, e que não é o Eterno, eu marco hora pra ele e apresento performances. Este é o deus de Caim.
O Deus de Abel é flagrante puro, a todo o tempo. Na presença do Deus de Abel você anda nu. Você só se veste com o sangue. Não existem obras, não existe lei, não existe sacrifício, não existe nada que te faça justo.
Na melhor das hipóteses você tem o esforço do cidarta do Buda. Num esforço enorme de encontrar o caminho do meio. Flagelação contínua. A realidade do desejo é estabelecida pela existência do eu, portanto que eu não sofra em razão do desejo que morra o meu eu. E ai o cara vai entrando cada vez mais numa tentativa de fazer supressão do próprio ego. E ai ele chega numa conclusão de que aquele era um caminho inviável, e próprio Buda só encontra a paz no dia em que descansa. Depois de anos e anos de lutas, jejuns, peregrinarão, mendicância, sacrifício, sofrimento, autofragelação, privações auto-impostas ... lá no meio da vida o indivíduo derrepente descobre que se ele tem alguma chance o que ele tem de fazer é descansar.
Agora no cristianismo, na maioria das vezes patrono da fé cristã é Caim. Os indivíduos vão querendo ficar mais santos do que Jesus. A obra da cruz fez quase tudo mas não fez tudo exatamente, tem muita coisa que a gente precisa fazer ainda com nosso próprio esforço e temos que ralar muito pra isso. De fato a cruz transformou-se na nossa cantada evangelizadora. Quando a gente diz: “Venha que Jesus é amor, venha como você está, venha como você entrou, venha meu amado ... o que você está sentindo ? Jesus entende, compreende e ama ...” O cara muda até o tom da voz pra um tom singelo e serene, e o coitadinho acredita. Um 171 dizendo pra ele dizendo uma historinha pra ver se o cara vem, na hora que ele vem o sujeito já saca do laço, ai entra o Caim na história, puxa, laça, amarra as perninhas dele, batiza o bicho ... Ai começa a doutrinação.
Mas a pessoa se pergunta: Mas não era graça ? Será que eu não sou fruto de uma misericórdia que eu não mereço ? Ai ele responde: “Foi só no começo ! Mas agora se você não fizer por merecer você está danado !” E ai dá pro cara o manual do Caim, que é pra ele seguir pelo caminho de Caim.
Porque a graça de Deus não respeita critérios estéticos, éticos, morais. O Espírito sopra aonde quer. A única coisa que faz diferença é a consciência que chega em fé e oferece em fé aquilo que o indivíduo nem produzir produziu, ele oferece pra Deus o que Deus criou. É como no livro de Jó, quando Jó não tem nem o que mais dizer nem pra Deus, nem pros amigos, e nem pro Diabo se ele aparecesse. E ele disse: eu constituo Deus como meu advogado contra Deus. Briguem !!! Eu não tenho condições de entrar nesse meio, eu vou ser esmagado, a minha mente não alcança, tudo o que me aconteceu parece estranho, injusto, absurdo, desproporcional, eu não consigo entender e nem estabelecer uma relação de causa e efeito, neste montante nem nestas proporções, mas não faz mal. Eu estou oprimido por aqueles que querem que eu confesse um pecado que eu não tenho o que confessar como justificativa suposta à calamidade que me acometeu, mas diante deles eu me calarei, eu não tenho o que dizer nem a eles, nem a mim, nem a ti, por isso eu constituo meu advogado o Senhor contra ti. Eu peço que o Senhor advoge a minha causa contra o Senhor !
E na hora que Jô disse isso ele estabeleceu da maneira mais clara possível o princípio mais absoluto da cruz, porque na cruz é Deus saindo no pau com Deus ! É briga de Deus com Deus, é Deus se entendendo com Deus ! Não tem ninguém que entre, nem anjos, nem principados, nem potestades, e o final é: ESTÁ PAGO !!! Acabou ! Cessou ! Porque Deus estava em Cristo, reconciliando consigo mesmo um mundo, não imputando aos homens as suas transgressões.
O sacrifício de Caim produz dentro do indivíduo também arrogância até que ele quebra a cara. O melhor beneficio pra os que praticam a espiritualidade de Caim é uma cacetada do amor de Deus, uma paulada. Que é pro cara ir perdendo as suas estruturas e se desconjuntando e acabando com as suas presunções, até que ele consiga entender que ele deve andar pela fé e pela fé somente. Sendo feito justo pela fé, pela graça de Deus somente. Ao invés de tentar justificar a fé com sua própria justiça, ele sabe que só pode ser justificado pela justiça que vem da fé.
Ai você pode pegar como eu disse qualquer outro grupo espiritual da terra e você vai ver que todo mundo segue a linha de Caim. Como o princípio da reencarnação, que é a auto-justificação, que é a relação de Caim durando pela história inteira. O que que é uma reencarnação senão um
Caim que volta outra vez pra ralar, pra ralar, pra agradar, pra agradar, pra se aperfeiçoar ! Lei do carma. O que que é senão um sacrifício de Caim instituído com perpetuidade num processo de reencarnação dum suposto auto aperfeiçoamento que é fruto do meu trabalho e da minha ralação.
A santificação pentecostal nada mais é que o sacrifício de Caim? Quando o cara fica mais santo quando ele freqüenta mais vigílias. Tem gente que ainda tem a presunção maligna, primitiva, filha do Fredy Flinstone de chegar perto de você e mostrar o joelho ... “olha só como é que ele está calejado ... de oração” Mas ninguém se faz ouvir no céu por causa disso, nem fica mais santo por causa disso.
Portanto não quero falar aqui do cristianismo, até porque o cristianismo faz parte do pacotão, junto com o budismo, espiritismo, confucionismo, o taoísmo, com tudo o que você quiser, sobra uma linha fina, uma única linha fina certa e verdadeira, que vem desde a eternidade, o sangue do cordeiro que justifica. Este é o único caminho, sobremodo excelente, que acontece pela fé e que é fruto da graça e que se estabelece como descanso. Um descanso que surge no coração pela iluminação do coração, pelo surgimento de uma revelação interior que conta pra você que só Deus pode se entender com Deus em seu favor ! Não há nada que você possa fazer pra se entender com Deus ao menos que Deus se entenda com Deus por você
E ai há um texto em Hebreus no capítulo 4 que só pra recordar, sobre o sacrifício de Caim de esforço, de estética, de produção cultural, do resultado do que “eu” posso fazer e apresentar, em contraste com o de Abel, que chega como que está feito, e não apresenta o que já existe como uma coisa pra continuar viva, mas uma algo que seria imolado por ele. Fazendo confissão que um outro precisaria justifica-lo porque ele mesmo não se auto-justifica.
Agora aqui em Hebreus 4:9 “Portanto ainda resta um repouso para o povo de Deus” vem falando de um repouso pro povo de Deus, repouso este pelo qual não se entrou antes por causa da incredulidade, porque a boa nova era anunciada conforme o verso dois porque “mas nada lhes aproveitou porque eles não acompanharam a boa nova pela fé” e se não acompanhar e receber a boa nova pela fé ninguém entra no descanso de Deus ! Continua na religião de Caim onde não há descanso, religião de Caim não há descanso, não há trégua, só trabalho ! “Não pegues isto, não toques aquilo, não proves aquilo outro, isto é do mundo, não ouça esta musica” Ai o cara vai ficando igual aquele macaquinho cego, surdo e mudo. Crente como ele só, sem conhecer um dia de descanso.
Se ele fica doente no domingo de manhã e ele tem que ir à escola dominical ele até vai justificando-se: Senhor, tu sabes que eu não estou bem, mas mesmo assim eu vou à escola dominical ... Tem que justificar pra Deus o seu sacrifício. “Hoje era o diz de dar o dízimo mas eu vou dar só no domingo que vem mas eu espero que o Senhor não contabilize atrasado, o Senhor me desculpe, não tire a minha benção” É muita angustia no meio cristão, é muito medo, muita angustia, muita culpa e não existe nada mais diabólico que isto. É só gente oprimida dizendo que a verdade liberta. Se você quiser trilhar esta senda estreita, para entrar neste descanso, em Hebreus o esforçar-se significa a desistência do esforço, porque não existe pra nós que tentamos nos auto-justificar com os mecanismos de Caim o tempo todo, esforço maior do que parar de fazer esforço. É descansar, é confiar, é crer ! Mas é mais fácil subir o monte Sinai de joelhos, fazer três meses de corrente, é mais fácil fazer qualquer coisa do que chegar simplesmente olhando pro nada, pro Deus que é Espírito e é Verdade e dizer: Deus, eu confio ! Não tem nada aparentemente acontecendo mas eu confio ! Não há esforço maior do que parar de fazer esforço e confiar !
O cara se agita, que se justificar, pula, grita, se meche, ele quer mostrar, ele quer prevalecer, ele quer aparecer. Ele carrega um elefante branco a vida inteira e ele só não tem a coragem de para com a singeleza, jogar toda a sua justificação pro lado de lá e dizer: enfim eu confio ! Esse é o grande esforço, parar de fazer esforço e confiar, e ser justificado pela fé e somente pela fé, pela graça e somente pela graça. Ai os mecanismos neuróticos de Caim cessam, e instala-se a paz de Deus no seu coração. Aquela certeza absoluta de que Deus está feliz com você, e não é nada que você fez.
E é a coisa mais estranha que a fé faz: quanto mais você olha pra Ele, mais você se enxerga, quanto mais você se enxerga, mais você se auto-diagnostica, e quanto mais você auto-diagnostica, mais você se condena e mais você sabe que você não tem salvação. Ao mesmo momento que paradoxalmente na mesma medida em que o seu diagnóstico é fulminante instala-se em você uma convicção de aceitação total. Isso é GRAÇA ! Profundamente convencido da minha queda, e irremediavelmente convencido da minha redenção. E então eu ouço Deus dar gargalhada ... gargalhadas que enchem os céus, que organizam anjos para cantar, gargalhadas que ecoam das dimensões mais distantes cosmos como ironia do redentor, dizendo que a minha e a vossa salvação está em confiável e descansada nele. Aquietai-vos pois e sabei que o Senhor é Deus ! Este é o caminho por sobremodo excelente, esta é a viagem do descanso, e da paz e da pacificação, e de uma consciência que cresce do amor de Deus, desatormentada, ao contrário, acalentada, agasalhada, abraçada, segura, sem inveja, sem comparação, sem se medir com ninguém, contente de ser quem é, feliz de ter sido acolhido, por pura graça, consciente que não foi ele mesmo quem realizou o sacrifício, outro o fez por ele. E ele simplesmente aceita, entra neste descanso, descansa das suas obras, e também aprende que o maior esforço dessa vida é aprender pela fé, parar de fazer esforço. E então no lugar do não esforço paradoxalmente surge um poder que realiza a vida, que você com todo o seu esforço não conseguia realizar, porque quanto mais você se esforça com sua justiça própria, mais neurótico você fica, mais supressões e repreensões você imprime pra dentro de teu ser e mais a volta da sombra poderosa pra te atormentar de dia e de noite, de modo que quanto mais vontade de auto-justificação mais demonização da consciência, mais perturbação da alma, e quanto mais entrega na fé, descanso em Jesus, contentamento com o que está feito e consumado, pacificado o coração. Mesmo no dia do choro, mas consolado o coração, mesmo no dia do luto, mas afirmado o coração, mesmo no dia da contradição, mas certo o coração, mesmo no dia do erro. E ai, só ai, você se torna mais do que vencedor por meio daquele que te amou. Porque quem é que vai te separar do amor de Cristo ? Porque se Deus é por nós, quem será contra nós ? Se quem podia te acusar, resolveu te defender? Se quem podia ser o promotor resolveu ser o advogado ? Se quem podia fazer a supressão de todas as coisas decidiu gratuitamente em si mesmo nos doar todas as coisas ? Quem é que se vai levantar para dizer qualquer coisa em contrario? Silencia-se o diabo e o demônio, eu estou em Cristo, e não há morte e nem há vida, nem coisas do presente e nem do porvir, nem altura e nem profundidade, e nem qualquer outra criatura que vai me separar do amor de Deus por que está em Cristo Jesus.
Este é o caminho do Abel, o caminho do descanso, é o caminho único. E aquele que o encarna diz: Eu Sou o caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vai ao Pai a não ser por Mim ! O resto é religião da terra, é o caminho de Caim.
Você é cristão ? Mas é cristão da cristandade do cristianismo, eu estou convidando você pra muito mais do que ser cristão, estou convidando a ser discípulo de Jesus, a andar conforme o evangelho, a jogar esta bagulhada toda de Caim pra trás e ficar na simplicidade do que está feito, e é suficiente e basta pra apaziguar a alma e fazer você caminhar em paz em nome de Jesus, no curso da sua existência.
O evangelho não é a manifestação só de palavras, de falas, ele sempre é a manifestação de palavras que se manifesta por meio da fala, e palavras que se manifesta por meio de gestos, de ações, de atos, de realizações. O que é, conta uma história de si, sempre. Por isto eu quero que você experimente o poder de Deus.
O que eu peço a Deus que me salve de ser pra ser pra você de quem usa de palavras persuasivas, ou de quem usa as palavras com persuasão. A minha oração é a de que você seja persuadido com o poder de Deus no seu coração. Que não seja uma coisa que vem de fora pra dentro, mas exploda de dentro pra fora, que realize milagres no corpo, na alma, no espírito, na mente, nos códigos mentais, na inversão de valores, no retirar de véus que demonstram à idiotice dos nossos princípios, a estupidez das nossas guerras, as eleições diabólicas que a gente faz das nossas causas pelas quais a gente vive e morre, a energia que a gente gasta enganados pelo inferno em coisas que não realizam a vida em lugar nenhum. Pode ter cara moral, cara ética, cara religiosa, mas só estão drenando a vida como vampiros. A minha oração é de que o evangelho descortine tudo isso. Você escolha a boa parte, pouco é necessário, quase nada, uma só coisa: a escolha esta que não é tirada, e guarde pra você, viver a graça de Deus !
Que você chegue como eu com essa cara de pau, com esse escrachamento que o espírito santo colocou em mim em fé que me faz não ter vergonha nem medo de ti, que me deu uma certeza absoluta de que eu estou ente, coberto e agasalhado, não por mérito nenhum mas só porque eu creio de todo o meu coração de que eu sou de Jesus eternamente, por causa dele e do Teu amor por mim. E por causa dessa confiança acerca da fidelidade de Deus é que eu oro, pedindo que o espírito santo se derrame mesmo, e sopre e realize toda sorte de bem, e de cura emocional, e que tire as travas psicológicas, os jugos, que tire as culpas, as neuroses, os medos, e os altares de Caim que se repetem e só geram competição, e neuroses de santidade, e gente querendo saber se está melhor do que o outro, que isto seja esmagado entre nós e que o Senhor nos torne o povo da cruz, do sangue, da justiça de Cristo, do que está feito, dos bens excelentes e já realizados. Que Deus faça em você o que nenhuma terapia humana é capaz de fazer, e que não nos gloriamos em nada, que na cruz de Cristo, que em nome de Jesus possamos nos apropriar desse bem pra si e que nunca mais sejamos desviados o coração de ninguém da linha do sangue, sendo levada para o caminho largo dos pacotões de Caim. E escolhermos a única coisa que basta: a tua graça nos basta, e o teu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Que o Senhor faça em nós tudo aquele que o Senhor queira, mesmo que não for aquilo que nós queremos, é o que eu peço à todos vocês que acabaram de ler este texto.
Forte abraço no amor de Cristo.

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