O amor à religião se tornou a gaiola de acomodação do homem, a prisão na qual ele mesmo se aprisiona por vontade própria, na falsa ilusão de estar fazendo algo para Deus, fazendo-o um ser meramente ajustável aos conceitos morais individuais, fruto de suas próprias ambições.
Mesmo que se tenha por parâmetro os resultados "bons" ou ruins da proliferação de templos religiosos, a banalização da mensagem do Evangelho é certa, e o desespero para a cura desse câncer apenas se concretiza pelo fato de que por diversos motivos, o quadro se mostra quase irreversível.
E, invariavelmente à ganância do homem na reprodução de templos (muitas vezes para fins meramente proveitosos) que há visivelmente de se observar a beleza religiosa, construções magníficas, equipada com toda estrutura fim de proporcionar o máximo de conforto possível, com os recursos disponíveis para a realização de shows de qualidade.
E assim, os templos se tornaram um vínculo tal da comunhão cristã, que, na mentalidade da comunidade evangélica, se tornou impraticável o cristianismo se não for mediante a freguesia institucional.
A facilidade da demonstração de espiritualidade é fabulosa, assim como é necessário que certas práticas sejam exteriorizadas, pelo fato de estarem em conjunto, unidos supostamente pela mesma causa e na mesma crença. Certas práticas somente são práticas se exercidas no meio social que compactua com a mesma ideologia, gerando um vínculo, um círculo vicioso na promoção do que se tem por valoroso e aceitável. Ninguém consegue mais buscar a Deus no ambiente familiar, congregar se algo com total relação e impraticável se não dentro do templo, até orar como Jesus nos ensinou tem sido esquecido, entrando no seu quarto e falando com o Pai em particular. Necessita assim das “vigílias”, dos cultos de oração no templo, e de estarem dentro do templo para assim fazer.
É curioso notar que é no sistema religioso que as vontades de superiores mais se afloram ao ponto de ditar as condutas por meio das práticas mais comuns e corriqueiras. Não somente ao conjunto ideológico religioso, como também nos parâmetros para a compreensão da ação espiritual e da fé.
Pratica-se corajosamente as premissas da espiritualidade, falam-se jargões da presença espiritual evangélica, promovem-se demonstrações evidentes de emoção, conta-se sobre os milagres de uma fé fundada na troca de favores entre Deus e os homens: Barganha !
Imagino, se por um fato qualquer as instituições deixassem de existir, sendo os cristãos meramente cristãos com base no amor de Cristo, visando seguir Jesus e seu Evangelho como fundamento de uma vida não somente encurralada na alienação dos ditos incrédulos, o colapso seria tamanho ao ponto de a cristandade se esfarelar no desespero existencial religioso, e de nada adiantaria a ritualística e emocionalismo para o preenchimento da lacuna das regras humanas permeáveis no espírito. Tal colapso eu vislumbro todos os dias, a todo momento, a todo instante.
O desafio da emoção se estende no quarto de sua casa, no escritório de seu trabalho. Saber que não haverá a “recarga espiritual” dominical é um fardo que assola a alma do religioso.
Não participar do ritual confortante é a decadência da resistência humana, na aceitação de que as cerimônias religiosas são apenas para homem, do deus do próprio homem, jesus do próprio homem, santo do próprio santificador. Isso é o cristianismo, uma religião apenas, criada mais de 300 anos depois de Cristo contaminando o evangelho e a essência do que é ser discípulo de Jesus. Com dogmas doutrinas criadas e estabelecidas em concílios e decretos fechados com papas, bispos, e pastores. Religião essa que foi em uma escala progressiva evoluindo desde a fundação malígna pelo imperador Constantino, com algumas modificações na chamada primeira reforma protestante, e de lá pra cá cada vez mais caminhando para um sentido mais oposto da Verdade, dos ensinamentos de Jesus e do motivo primordial dos seus ensinamentos: vivermos o amor !
Minha oração é que essa palavra penetre na sua razão, abrindo seus olhos para que você não olhe para a religiosidade mas sim para Cristo.
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